terça-feira, 16 de abril de 2013

Pais, filhos e a 'velhice' no Cinema

Esses filhos perplexos diante da velhice dos pais

O cinema anuncia novos arranjos para o envelhecer e traz um olhar irônico sobre essa relação familiar quase sempre conflituosa
por ELIANE BRUM*
Uma sequência de filmes mostra que a velhice mudou – ou está mudando. Isso diz bastante sobre o aumento da expectativa de vida, já que um dos temas cruciais da sociedade contemporânea passa a ser como ser velho nestes tempos. E faz com que atores e atrizes sem muita chance de viver papéis desafiadores por conta da idade, muitos deles obrigados a uma aposentadoria não desejada, passem a ter a chance de interpretações magistrais, como foi o caso de Emmanuelle Riva e de Jean-Louis Trintignant, no excepcional Amor. Ou tem levado atores consagrados a se aventurar na direção depois dos 70, como fez Dustin Hoffman no encantador O Quarteto. São filmes em que a velhice é contada pelo olhar de quem a está vivendo e há várias formas de pensar sobre o que está sendo dito, dentro e fora da tela. Minha proposta é refletir sobre uma em particular: nos últimos quatro filmes exibidos por aqui e que já estão ou devem estar chegando às locadoras e às TVs por assinatura, os filhos ou estão ausentes ou são uns atrapalhados, oscilando entre a boçalidade e a incapacidade de dar conta da própria vida.
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*Eliane Brum é jornalista, escritora e documentarista.


Sugestão de leitura enviada por Marize Bastos da Cunha
O olho vê, a lembrança revê, a imaginação transvê; é preciso transver o mundo (Manoel de Barros)


Um comentário:

  1. o artigo é muito interessante e provocante, nos ajuda a nos movimentar; isso é bom; mais uma que adoro, da maravilhosa Adélia Prado:
    Eu sempre sonho que uma coisa gera,
    Nunca nada está morto,
    O que não parece vivo, aduba,
    O que parece estático, espera
    (Adélia Prado)

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