O cinema anuncia novos arranjos para o envelhecer e traz um olhar irônico sobre essa relação familiar quase sempre conflituosa
por ELIANE
BRUM*
Uma
sequência de filmes mostra que a velhice mudou – ou está mudando. Isso diz
bastante sobre o aumento da expectativa de vida, já que um dos temas cruciais
da sociedade contemporânea passa a ser como ser velho nestes tempos. E faz com
que atores e atrizes sem muita chance de viver papéis desafiadores por conta da
idade, muitos deles obrigados a uma aposentadoria não desejada, passem a ter a
chance de interpretações magistrais, como foi o caso de Emmanuelle Riva e de
Jean-Louis Trintignant, no excepcional Amor. Ou tem levado atores consagrados a
se aventurar na direção depois dos 70, como fez Dustin Hoffman no encantador O
Quarteto. São filmes em que a velhice é contada pelo olhar de quem a está
vivendo e há várias formas de pensar sobre o que está sendo dito, dentro e fora
da tela. Minha proposta é refletir sobre uma em particular: nos últimos quatro
filmes exibidos por aqui e que já estão ou devem estar chegando às locadoras e
às TVs por assinatura, os filhos ou estão ausentes ou são uns atrapalhados,
oscilando entre a boçalidade e a incapacidade de dar conta da própria vida.
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*Eliane Brum é jornalista,
escritora e documentarista.
O olho vê, a lembrança revê, a imaginação transvê; é preciso transver o mundo (Manoel de Barros)
o artigo é muito interessante e provocante, nos ajuda a nos movimentar; isso é bom; mais uma que adoro, da maravilhosa Adélia Prado:
ResponderExcluirEu sempre sonho que uma coisa gera,
Nunca nada está morto,
O que não parece vivo, aduba,
O que parece estático, espera
(Adélia Prado)