sexta-feira, 12 de julho de 2013

uma resenha

A atuação do Serviço Social junto a pacientes terminais: breves considerações


A forma de encarar a morte modificou-se ao longo do tempo e, atualmente, este acontecimento causa certo pavor.
Esse sentimento de pavor pode se agravar no caso de pacientes terminais, pois, além de terem que enfrentar uma gama de dificuldades relativas à doença que possuem, passam a lidar constantemente com a questão da morte.
Neste contexto, embora o papel do assistente social seja fundamental, ele ainda é pouco conhecido e as reflexões sobre as possibilidades e limites de atuação dos profissionais junto a pacientes terminais permanecem escassas.
Diante disso, o objetivo deste artigo é trazer à tona algumas considerações sobre o papel do assistente social junto a esses indivíduos.



Serviço Social e cuidados ao fim da vida. Uma resenha comentada.

Sara Nigri Goldman
Fui instigada por Anelise Fonseca e fazer um pequeno artigo sobre o Serviço Social e Cuidados Paliativos. Sou novata no grupo de interesse sobre Cuidados Paliativos e aprendendo com colegas que trabalham na área. Minha experiência como Assistente Social se desenvolveu em inúmeros campos, iniciando em urbanização em favela , percorrendo FUNABEM, pesquisa sobre acidentes de trabalho na construção civil, subvenção em Obras Sociais, Fundação Leão XIII na capital e no interiore Sistema Penitenciário. Trabalhei como professora universitária da UFRJ onde  ministrei inúmeras disciplinas ligadas ao Serviço Social e à Sociologia, pois tenho graduação também em Ciências Sociais. Mas nunca trabalhei na área específica da saúde. Por isso optei por trazer à luz um artigo interessante que trata do tema com maestria que ainda não tenho.
O artigo “A atuação do Serviço Social junto a pacientes terminais: breves considerações”  publicado na Revista Serviço Social e Sociedade número 102  em 20010  apresenta um dos raros textos sobre a relação entre o Serviço Social com os cuidados ao fim da vida.
As autoras Fernanda dos Santos, Liane de Freitas Oliveira, Renata Aline dos Santos, Rita Colen Hilário e Suélem Cabral Caetano .iniciam a exposição citando  a necessidade de ampliar debates e críticas acerca da importância do Serviço Social na equipe interprofissional que atende pessoas em terminalidade  e seus familiares.
Respalda-se na bibliografia consagrada sobre morte em Aríes(1981) e  Kluber-Ross (1981) , sobre Cuidados Paliativos em Ballone (2003), Brum (2008) Pessini (2005) e  Silva e Hortale (2006), sobre Políticas de Saúde em Bravo (2007) e Cohn (2008) e sobre pesquisa em Minayo (1999).
Eis a proposta apresentada com as palavras das autoras;
“A forma de encarar a morte modificou-se ao  longo do tempo e, atualmente, este acontecimento causa certo pavor. Esse sentimento de pavor pode se agravar no caso de pacientes terminais,pois, além de terem que enfrentar uma gama de dificuldades relativas à doença que possuem, passam a lidar constantemente com a questão da morte. Neste contexto, embora o papel do assistente social seja fundamental, ele ainda é pouco conhecido e as reflexões sobre as possibilidades e limites de atuação dos profissionais junto a pacientes terminais permanecem escassas. Diante disso, o objetivo deste artigo é trazer à tona algumas considerações sobre o papel do assistente social junto a esses indivíduos.” Pg. 352.

O artigo reitera que há um grande desafio e muito a estudar, sugerir e agir para que o Serviço Social ocupe um espaço de relevância na equipe de Cuidados Paliativos.
Cabe ressaltar que o Serviço Social tem a sua trajetória histórica associada a intervir  tecnicamente nos problemas sociais . No chamado Serviço Social Tradicional o foco era em situações individuais, (Serviço Social de Caso), Serviço Social de Grupo e Serviço Social em Comunidades (Desenvolvimento de Comunidade). O movimento denominado Reconceituação do Serviço Social  com base no constructo marxiano, convoca a profissão  a se comprometer com a classe trabalhadora no enfrentamento das expressões da questão social.
O âmbito de ação do Serviço Social é tão amplo quanto ao espectro das formas como a questão social se expressa.
Mesmo assim há áreas onde o Serviço Social  tem , ainda, pouca visibilidade como é o caso dos Cuidados Paliativos. Pensa-se, de imediato, ser da competência do Serviço Social atitudes concretas como providências relativas á Previdência Social, ao enterro e outras. As autoras atentam para isso ao colocar a necessidade de diálogo entre a equipe de saúde para atuarem junto aos pacientes e familiares ”para que o trabalho desenvolvido atinja de forma eficiente e eficaz os resultados na humanização e no cuidado de cada paciente” pg.362.
Por se tratar de uma profissão radicalmente humana, desde suas origens, cabe pensar e agir no sentido de capacitar os profissionais de Serviço Social para uma atuação comprometida, criativa e crítica junto aos pacientes e seus familiares num momento tão sofrido de suas vidas.
Cabe às Universidades com Cursos em Serviço Social atentarem para que professores e alunos lancem olhares e saberes sobre Cuidados Paliativos, numa sociedade com alto percentual de idosos vivendo a última etapa de suas vidas.
Para finalizar eis um trecho do artigo que mostra a dimensão política e o compromisso do Serviço Social:
“Entre os vários desafios que permeiam a profissão na atualidade está a necessidade de contribuir para a construção e a objetivação de políticas sociais mais justas. Desse modo, a compreensão sobre as necessidades que vêm surgindo na área de saúde fazem parte da possibilidade de intervenção e atuação do assistente social. Nota-se uma carência muito grande nesse setor, o que constitui um desafio, porém não um limite para o profissional que é engajado e comprometido. Nesse sentido, espera-se que este artigo possa contribuir para o conhecimento e a reflexão da categoria diante das diversas demandas sociais, além de propor uma articulação entre saber e prática no atendimento ao paciente terminal.”






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