Velocidade das mudanças na China rural leva solidão, pobreza e depressão a idosos
Simon Denyer - O Globo
LUZHAI, China - Sentado sobre a cama, o casal de idosos estava cercado por chinelos gastos, sacos plásticos, roupas sujas - tudo espalhado sobre o chão sujo e diante de uma antiga televisão. As cinco filhas deixaram o vilarejo de Luzhai, no Leste chinês, e trabalham com seus maridos nas metrópoles do país. Ma Jinling, de 81 anos, e sua mulher, Hou Guiying, não têm telefone e sequer sabem onde elas estão morando; as filhas fazem poucas visitas e a ajuda financeira é ainda mais rara. Continuam vivendo de um pequeno pedaço de terra.
- Se ele não plantar, não teremos o que comer - contou Hou, de 71 anos. - Quando acaba o dinheiro para as despesas médicas, simplesmente paramos de nos tratar.
Décadas de turbulência social - do comunismo radical para o capitalismo galopante - abalaram os antes estreitos laços das famílias chinesas. Dezenas de milhões de idosos estão sendo deixados para trás, sofrendo com pobreza, doenças e depressão. O problema é tão grave que o governo sancionou uma lei que permite aos pais processar os filhos que não os ajudem.
- Os idosos do campo não têm poder ou propriedades para comprar o respeito dos filhos - disse Zhao Yaohui, da Universidade de Pequim, coautor de um estudo sobre os problemas dos mais velhos na China.
Meio bilhão de idosos em 2043
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Comentário:
Será que esta notícia não pode ser transportada para a realidade brasileira?
Mais ainda, será que no Brasil ocorre somente na zona rural? Um alerta para quem cuida, quem recebe o cuidado e para quem cuida de quem cuida. Aliás, quem é que cuida de quem cuida? Anelise Fonseca
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