Canção do outono - Paul Verlaine
Tradução: Guilherme de Almeida
Este lamento
Dos violões lentos
Do outono
Enchem minha alma
De uma onda calma
De sono.
E soluçando,
Pálido, quando
Soa a hora,
Recordo todos
Os dias doidos
De outrora
E vou à toa
No ar mau que voa.
Que importa?
Vou pela vida,
Folha caída
E morta.
** ** **
Quando, Lídia, Vier o Nosso Outono
Quando, Lídia, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes.
Ricardo Reis, in "Odes"
(Fernando Pessoa)
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