quarta-feira, 25 de março de 2015

A morte e o olhar


Um ensaio sobre o efêmero e a observação do outro


por John Burnside

imagem revistapiaui


Espero um voo no Aeroporto de Newark. Houve um tempo em que qualquer canto dos aeroportos era um lugar bom para ler, ou então relaxar, esvaziar-se, não ser ninguém em particular – e nesse sentido ser, mais especificamente, você mesmo. Hoje há aparelhos de tevê por toda parte, posicionados de tal maneira que, quando consigo escapar do som do primeiro, já ouço o seguinte, e as notícias da mais recente atrocidade ou do último escândalo do governo me seguem de um ponto a outro, com todo o poder e a insistência de que banalidades amplificadas se revestem atualmente. Nem mesmo bares e restaurantes oferecem refúgio, embora neles em geral a conversa gire em torno de esportes ou da mais nova e malcomportada banda de garotos.


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