Aqui compartilho um bem. A carta de um
amigo, na ocasião de minha formatura, que com muito carinho e respeito a tenho
guardada. Acredito que mereça ser publicada. Uma obra que deve ser
compartilhada. Com emoção, aqui a transcrevo na integra. Esteja bem aonde
estiver. (Carta de Bartolomeu*, March 20, 2015)
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Wikipédia
Belo Horizonte, 23 de novembro de
2009
Cristiano, amigo meu.
Foi por meio de sua mãe, Aparecida, que
lhe conheci. E você, por extensão, se fez também, antigo amigo meu. Hoje lhe
escrevo em resposta ao seu convite para sua formatura em medicina. Num primeiro
momento, lhe cumprimento pelo rigor que deve ter conduzido sua escolha. É que
desconheço, entre homens e mulheres, aquele que não queira ficar mais tempo no
mundo. Todos nós desejamos prolongar a vida. A partida para um lugar
desconhecido nos amedronta. Todo desconhecido implica numa adaptação. E depois,
a existência, com as tantas relações que travamos, nos encanta. O mundo é muito
bonito. Há sempre um desejo de viver o futuro. Não é fácil conviver com a idéia
de que viver é um processo de subtração. Viver um dia, é ter menos um dia.
* Bartolomeu Campos de Queirós
Nascido em 1944, viveu a infância
em Papagaios (MG). Com mais de 40 livros publicados (alguns deles traduzidos
para inglês, espanhol e dinamarquês), formou-se em educação e artes, e criou-se
como humanista. Cursou o Instituto de Pedagogia em Paris e participou de
importantes projetos de leitura no Brasil como o ProLer e o Biblioteca
Nacional, dando conferências e seminários para professores de leitura e
literatura. Foi presidente da Fundação Clóvis Salgado/ Palácio das Artes e
membro do Conselho Estadual de Cultura, ambos em Minas Gerais, sendo também
muito convidado para participar de júris e comissões de salões, além de
curadorias e museografias. Faleceu em 16 de janeiro de 2012 em Belo Horizonte
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