... estudos sobre mitos, crenças e comportamentos permitem aprimorar intervenções
por Ronaldo Corrêa Ferreira da Silva - médico oncologista do INCA e pesquisador-associado do projeto História do Câncer: atores, cenários e políticas públicas.
A partir de meados do século XX houve um aumento progressivo dos casos novos de câncer em todo o mundo, inicialmente nos países desenvolvidos e mais recentemente nos países em desenvolvimento. Este aumento dos casos, associados à um progressivo aumento das taxas de cura, fizeram com que em muitas sociedades ocorresse uma progressiva exposição pública da doença e das narrativas de indivíduos portadores dela. Essa exposição levou a construção de mitos e crenças em relação à doença que são em parte universais e em parte específicas a contextos.
Entre os mitos, crenças e comportamentos relacionados à doença estão a informação de que o câncer seria uma doença inevitavelmente fatal, característica de países ricos, e de que não existiriam maneiras de se prevenir ou tratamentos eficazes. A palavra câncer está associada a sentimentos como raiva, tristeza, medo e solidão. Os doentes são estigmatizados e a disposição para falar sobre a doença é baixa.
continua
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