sábado, 29 de junho de 2013

um exemplo, uma notícia e uma reflexão


Morte de Nelson Mandela pode ser iminente, diz filha mais velha


Frente de hospital onde Mandela está internado vira lugar de homenagens (Foto: AFP)

Estado do líder anti-apartheid, de 94 anos, é 'muito crítico' na África do Sul.Ele está internado desde 8 de junho em Pretória.
(G1)

Para pensar


"Uma das várias noticias sobre esta personalidade mundial. Exatamente por todo seu papel na paz que vale a pena pensarmos que tipo de dignidade poderia ser oferecida a este homem de caráter ímpar. Que homenagens podemos prestar para aquele que contribuiu imensamente para reduzir as diferenças abissais de sua cultura. De que forma gostaríamos que fosse esta passagem. Quais as possibilidades de dignidade que ainda nós podemos oferecer a este homem? Que tal pensássemos na paliação? E é essa a proposta para família que os médicos do hospital de Pretoria, onde Mandela está internado, tem feito. vamos aguardar os próximos momentos"
Anelise Fonseca


segunda-feira, 24 de junho de 2013

atualizando

Por Anelise Fonseca

Livro A solidão dos moribundos - Norbert Elias 
Resenha
Zahar, 2001 - 107 páginas

A morte é um tabu enraizado nas sociedades ocidentais avançadas, e lidar com ela - e com os moribundos - representa dificuldades extremas para muitas pessoas. Neste ensaio de Norbert Elias analisa a morte e o ato de morrer e, mais importante, a reação dos vivos diante dessa realidade.

"Livro obrigatório para todo interessado no universo sobre a morte, o morrer e o conjunto de sentimentos presente neste momento. O autor procura apresentar a morte e o processo de morrer em diferentes aspectos, citando autores expoentes do tema e expõe características de nossa sociedade contemporânea em relação ao enfrentamento da morte. Ao final de edição brasileira, há um resumo de "envelhecer e morrer", em que agrega o tema morte com o processo de envelhecimento".


Morte de jovem anoréxica que recusou tratamento causa polêmica na Argentina

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"Esta noticia expõe a necessidade do aprofundamento de conceitos da bioética como autonomia, do papel do judiciário no livre arbítrio de uma pessoa, da importância da discussão sobre os custos de um radicalismo religioso e das dificuldades em se gerenciar conflitos familiares. Além disso, como de costume, mostra o papel da mídia  em ser mero apresentador de tragédias da sociedade sem, ao menos, uma análise mínima do conjunto de diferentes argumentos presentes nesta situação e que auxiliaria o leitor a compreender o que leva uma jovem e sua família a agir desta forma."


Casas para idosos: contratação é um desafio para famílias

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"A institucionalização de idosos é algo comum em nossa sociedade que está envelhecendo a passos largos. Para os acadêmicos e os especialistas na área da gerontologia, esta discussão é antiga, mas nem sempre é pauta de notícias. As denúncias, como a casa Santa Genoveva, nao sao comuns e as famílias que optam por este caminho, independente das razões, sao vítimas, assim como seus entes queridos. Há um número crescente de casas sem as condições mínimas de hospedar idosos, de acordo com a legislação. A escassez de fiscalização também é reconhecida, assim como os valores cobrados. Entretanto, o que a notícia não discute é o despreparo e o número aquém do necessário de profissionais capacitados para cuidar de idosos que lá trabalham. Tanto a restrição no número de trabalhadores, como também a falta de investimento neste aprimoramento estão implicados na qualidade do cuidado destes idosos. Consequentemente, tem-se algumas das principais características destes locais, não apenas no Brasil como também em outros países, o número de idosos deprimidos, desnutridos, mal tratados e os que morrem quando institucionalizados é maior quando comparado ao número daqueles que permanece em suas casas ou com suas famílias. Assim, vale a dica - nada melhor que a recomendação e visitar um número significativos de casas antes de decidir. Um trabalho espartano, mas que pode fazer alguma diferença no cuidado".



      
            

Por quê?

Reportagem do Jornal FOLHA DE SÃO PAULO de 11 de junho: "Vontade de morrer"

Taxa de suicídio entre jovens cresce 30% em 25 anos no país, mas falar sobre o tema continua a ser tabu até para profissionais de saúde 

por Iara Biderman 

É uma das primeiras causas de morte em homens jovens nos países desenvolvidos e emergentes. Mata 26 brasileiros por dia. E ninguém quer falar no assunto. 

No Brasil, a taxa de suicídio entre adolescentes e jovens aumentou pelo menos 30% nos últimos 25 anos. O crescimento é maior do que o da média da população, segundo o psiquiatra José Manoel Bertolote, autor de "O Suicídio e sua Prevenção" (ed. Unesp, 142 págs., R$ 18). 

A curva ascendente vai contra a tendência observada em países da Europa ocidental, nos Estados Unidos, na China e na Austrália. Nesses lugares, o número de jovens suicidas vem caindo, ao contrário do que acontece no Brasil, aponta um estudo da University College London publicado no periódico "Lancet" no ano passado. 

"Na década de 1990, a taxa de suicídios aumentava em todos os países do mundo, e a OMS [Organização Mundial da Saúde] lançou um programa de prevenção. Os países que fizeram campanhas de esclarecimento conseguiram baixar os números. É importante falar do assunto", diz o psiquiatra Neury Botega, da Unicamp. 

TABU 

O tema é tabu até para profissionais de saúde. Nos registros do Datasus (banco de dados do Sistema Único de Saúde), aparece como "mortes por lesões autoprovocadas voluntariamente". Um longo eufemismo, segundo Botega. Evita-se a palavra, mas o problema se perpetua. 

Em cursos de prevenção, o psiquiatra registrou as crenças de profissionais de saúde. Muitos acham que perguntar à pessoa se ela pensa em se matar já pode induzi-la a consumar o ato. 

"Não temos esse poder de inocular a ideia na pessoa. E, se não tentarmos saber o que ela está pensando sobre o assunto, não conseguiremos ajudá-la", diz o psiquiatra. 

A taxa cresce por uma conjugação de fatores. "A sociedade está cada vez menos solidária, o jovem não tem mais uma rede de apoio. Além disso, é desiludido em relação aos ideais que outras gerações tiveram", diz Neury. 

Há ainda uma pressão social para ser feliz, principalmente nas redes sociais. "Todo mundo tem que se sentir ótimo. A obrigação de ser feliz gera tensão no jovem", diz Robert Gellert Paris, diretor da Associação pela Saúde Emocional de Crianças e conselheiro do CVV (Centro de Valorização da Vida). 

O aumento de casos de depressão em crianças e adolescentes é outro componente importante. "Mais de 95% das pessoas que se suicidam têm diagnóstico de doença psiquiátrica", diz Bertolote. 

Junte-se tudo isso ao maior consumo de álcool e drogas e a bomba está armada. 

"ELENA" 

A cineasta e atriz mineira Petra Costa tinha sete anos quando a irmã mais velha se suicidou. Mais de 20 anos depois, Petra dirigiu o documentário "Elena", atualmente em cartaz, em que tenta entender e comunicar o que a irmã pensava e sentia. 

"As pessoas têm dificuldade de falar e de ouvir sobre o assunto. A sociedade brasileira tem que aprender a conversar sobre suicídio, porque o número de casos só aumenta", disse Petra à Folha. 

Falar de suicídio nunca foi tabu para a diretora. "Desde que eu tinha sete anos, quando Elena se suicidou, minha mãe conversava comigo sobre isso, nunca me escondeu nada", conta. 

Mas ela logo percebeu que, fora de casa, o tema era proibido. "A primeira vez que falei do assunto com outras famílias que passaram por isso foi aos 27 anos, quando procurei grupos de parentes de suicidas. Então me senti compreendida em minha dor." 

Petra conta que, logo após a morte de Elena, sua mãe procurou pessoas que tinham sido próximas de alguém que se matou. Mas todos se recusaram a conversar com ela. 

Ela também lamenta que, à época do suicídio da irmã, as pessoas ao seu redor não tinham informações sobre o assunto, nem sabiam como falar sobre ele. 

"O mais lamentável em relação à Elena é que, nos anos 1990, no grupo de pessoas com quem ela convivia, sabia-se pouco sobre bipolaridade, depressão, suicídio. A desinformação levou à tragédia", afirma Petra. 

A cineasta tem interesse nessa causa. A produtora do filme, Busca Vida, está organizando debates sobre o tema. E Petra planeja criar o instituto Elena, para prevenção de suicídios. 

PREVENÇÃO 

A troca de informações sobre o suicídio pode evitar muitos casos: de acordo com a OMS, dá para prevenir 90% das mortes se houver condições para oferta da ajuda. 

Quem pensa em suicídio está passando por um sofrimento psicológico e não vê como sair disso. Mas não significa que queira morrer. 

"O sentimento é ambivalente: a pessoa quer se livrar da dor, mas quer viver. Por dentro, vira uma panela de pressão. Se ela puder falar e ser ouvida, além de diminuir a pressão interna, passa a se entender melhor", diz Paris. 

O CVV oferece apoio 24 horas pelo telefone 141 e pelo link

Comentário de  Fatima Geovanini sobe a reportagem:


A alta taxa de suicídio entre jovens alerta para um tema que deve ser mais amplamente discutido em nossa sociedade. Isso só reforça a importância de estarmos discutindo o tema da morte em todos os âmbitos de nossa sociedade e também entre as diferentes gerações. Cabe também buscarmos mais estudos sobre a taxa de suicídio em idosos, assim como também estudar o desejo de não mais continuar vivendo, que pode surgir entre pacientes com doença oncológica.
Colocar o tema no meio discursivo amplia as possibilidades de reflexão, compreensão e prevenção. Mais uma vez recomendamos a literatura infantil como um instrumento de abertura para essas discussões.


mais literatura

GloboNews Literatura mostra a literatura infantil do alemão Wolf Erlbruch e entrevista Adriana Lisboa sobre seu novo livro 
ver o vídeo


livros de Wolf Erlbruch :

O PATO, A MORTE E A TULIPA. Ed Cosac Naify

Em 'O pato a morte e a tulipa' o autor questiona 'para onde vamos' por meio de uma amizade incomum. Se dizem que a morte nunca atrasa, o autor nos mostra que, ao conhecer e se encantar com um pato, ela perde a noção do tempo e até desfruta um pouquinho da vida. O pato a ensina a mergulhar no lago, subir em árvores e tirar uma soneca. E onde a tulipa entra nesta história? A resposta cabe ao leitor.




A TABUADA DA BRUXA. Ed Cosac Naify

Erlbruch demonstra toda a sua genialidade nesta interpretação visual do poema "A tabuada da bruxa", extraído da obra-prima de J. W. Goethe, Fausto (1808-1832), na respeitada tradução de Jenny Klabin Segall. Este pequeno poema que até hoje desafia os especialistas em Goethe foi contemplado com as divertidas e enigmáticas ilustrações de Erlbruch.

do mesmo autor no site da livraria cultura



Em ‘Hanói’, Adriana Lisboa retrata personagens fora do lugar

Adriana conta uma história de amor e perseverança, mas também de aceitação e renúncia, na qual as escolhas e decisões de cada personagem afetam o destino dos que estão ao seu redor.

Luciano Trigo
















sobre literatura infantil

Recentemente Google homenageou o escritor e ilustrador Maurice Sendak com um doodle 

"Histórias para crianças podem ser inteligentes e apresentar sabedoria para todas as idades? 
Podem e devem, responderia o escritor e ilustrador Maurice Sendak, autor do clássico “Onde Vivem os Monstros”. Considerado um dos mais importantes nomes da literatura infantil no século 20". 

imagem Semióticas (Facebook)
Comentário de Fatima Geovanini:

Um verdadeiro convite à reflexão e ao desenvolvimento pessoal!    
O trabalho de Sandak reforça nossa proposta de que a literatura é atemporal e sua adequação deve ser à idade lógica de cada um e não deve se prender à divisão cronológica de faixas etárias. Por isso, desenvolvemos nosso trabalho com a literatura dita “infantil”, para adultos, com o objetivo de facilitar o diálogo e estimular a reflexão sobre temas existenciais como a morte, o luto, o envelhecimento, o adoecimento e as demais perdas que fazem parte do processo de vida.






domingo, 2 de junho de 2013

Crianças amam os animais e não os querem na panela

Criança emociona mãe ao explicar por que não quer comer animais


Vegetarianos e Veganos - Amor e Ética
Luiz Antonio não quer comer o polvo e explica para a mãe, de maneira encantadora, por que não devemos comer os animais.

"Quando a gente 'comê' os animais, eles morrem. (...)
"Os Animais, tem que cuidar deles, não 'comê'."



Interessante: "Falando de Morte com crianças"



Eliana escreve:


O texto a seguir encontrei numa viajem que fiz pela NET no SITE: http://www.aconteser.com.br/falandodemorte.htm (*) com o propósito de ter noção, de como dar abertura a esse assunto que é um dos maiores tabus na nossa sociedade ocidental, um tema que está sempre associado à dor, tristeza, sofrimento, perdas, fracasso, impotência, experiências negativas.


"Falando de morte"
"Falando de morte com crianças" é uma Projeto que tem como objetivo oferecer um espaço para "colocar o assunto na roda" a partir da reflexão e questionamento das convicções à respeito da vida e da morte, visando contribuir para a sua desmistificação e a diminuição da negação e do pavor que ela provoca, a fim de encará-la como parte natural da vida e a de melhor lidar com ela no cotidiano pessoal e profissional.

Um trecho:

PERDAS: Falando a Verdade
Nos desenhos animados, a casa desaba e o personagem sai dos escombros ileso, lépido e faceiro. Como acreditar então em morte irreversível? Crianças entre dois e quatro anos raramente se perturbam e ficam ansiosas pela visão da morte, pois não têm idéia do que ela significa.
- A irreversibilidade é um conceito que ainda não existe nessa faixa etária.
Esses sentimentos emergem por volta dos cinco ou seis anos. Um pouco mais tarde, por volta dos sete, começa a aparecer o sentimento de perda, ao mesmo tempo em que a criança começa a ler e a entender melhor a realidade que a cerca. Violência, câncer, acidentes e tóxicos já podem entrar no bate-papo. É justamente nessa fase que ocorrem a maioria das perguntas sobre a morte.
As perguntas podem parecer difíceis até para os adultos – por quê ela viveu tão pouco? Para onde ela foi? – mas as respostas devem ser simples e verdadeiras, baseadas nas suas crenças pessoais. Se você não sabe a resposta ou têm dúvidas sobre o assunto, diga isso para a criança.

- O que vale é passar uma idéia na qual você acredita. É sempre preferível dizer a verdade - a sua verdade.


A Contadora de Histórias - Eliana Pipoca Cavalcanti: "Falando de Morte com crianças"

(*) Obs. a página não foi encontrada

O que quer nos dizer esta imagem?

Copiado de Katsu Kaishu no Facebook


conte-nos sua interpretação

leituras recomendadas

1 - Memórias Agudas e Crônicas de Uma UTI Autor: Elias Knobel - Editora: ATHENEU - 2008

"Um livro divertido que conta incriveis historias vividas pelo fundador da UTI do Hospital Albert Einstein. A partir de suas vivencias profissionais e por que nao da sua imaginação, Dr Elias rememora passagens até inacreditáveis dos seus anos de dedicação profissional. O autor é reconhecido nao apenas por sua competência técnica, mas também pelo uso da intuição e seu lado comprometido com aquele que está sofrendo e seus familiares. Livro recomendado para todo profissional de saúde."


2 - A Vida por Um Fio e por Inteiro - Autor: Elias Knobel - Editora: ATHENEU - 2010

" Neste livro o autor revela historias pessoais, suas dificuldades, alegrias, medos e sucessos ao longo dos quase 30 anos que chefiou a UTI do Hospital Aberta Einstein. Revela os bastidores da criação de uma das principais UTI do nosso país, abordando como consolidou o trabalho em equipe, a estruturação de um campo do saber que ele contribuiu para consolidação, a medicina intensiva. Ao longo de passagens de fácil leitura, perpassa nao apenas por seus momentos íntimos de dor e angustia como também de felicidade em família. Na mesma forma que o livro "Memorias agudas e cronicas de uma UTI", este livro "A vida por um fio e por inteiro" é um belo convite para reflexões dos profissionais de saúde"

3 - O lugar escuro: Uma história de senilidade e loucura. autor: Heloisa Seixas, ed objetiva. 2007

" Este livro é um relato pessoal da autora que enfrentou ao lado de sua mãe,  portadora da Doença de Alzheimer, as dificuldades inerentes desta doença presente em número crescente em uma sociedade que envelhece a passos largos. Leitura de simples compreensão  Heloisa Seixas resgata a historia de sua família narrando fatos reais desde o casamento de seus pais até o cuidar de sua mae, em fase avançada de doença. Livro recomendado para todos os envolvidos no cuidar de idosos e interessados pelo tema.




Resenhas por Anelise Fonseca



Atenção ao que pensam e dizem as crianças

Como os miúdos portugueses vêem o mundo

RITA PIMENTA 
01/06/2013 
O que é que os adultos ouvem quando decidem dar atenção às crianças? Livro reúne declarações dos mais novos sobre temas diversos.

Sobre a morte
Falando da morte, há depoimentos reveladores das posições e contradições dos adultos. Frei Bento Domingues, que analisou algumas das reflexões das crianças, conclui: “Os pais sentem a morte quando é tragédia familiar. Aliás, a morte só passa a ser uma experiência nossa quando morre alguém que amamos muito, a quem estamos ligados, que faz parte de nós. Nessa altura, nascem as interrogações. A partir daí, já contam as posições culturais, filosóficas e religiosas de cada um.”

Dizem as crianças: “A morte é a última coisa feita por todo o ser vivo (Zenna, nove anos, Pêra); “Estive a pensar: as pessoas não vão para o céu quando morrem… porque senão caíam” (Francisco, três anos, Lisboa); “A morte é quando vamos ter com Jesus” (Tiago, seis anos, Oeiras); “Morrer deve ser muito chato, não quero experimentar” (Joana, oito anos, Lisboa).