quarta-feira, 25 de setembro de 2013

vida saudável


Reportagem do Globo - Ciência - de 18/09/2013: Pesquisa científica publicada no "Lancet Oncology" revela que uma vida saudável pode reverter o envelhecimento celular. Entre eles destacam: comer grãos integrais e vegetais; praticar exercícios regularmente; evitar o estresse e cultivar uma vida familiar e social saudável. Mais um estímulo para praticarmos hábitos saudáveis, procurando viver com qualidade de vida. Fatima Geovanini



idosos chineses: solidão, pobreza e depressão

 
Velocidade das mudanças na China rural leva solidão, pobreza e depressão a idosos

Simon Denyer - O Globo
LUZHAI, China - Sentado sobre a cama, o casal de idosos estava cercado por chinelos gastos, sacos plásticos, roupas sujas - tudo espalhado sobre o chão sujo e diante de uma antiga televisão. As cinco filhas deixaram o vilarejo de Luzhai, no Leste chinês, e trabalham com seus maridos nas metrópoles do país. Ma Jinling, de 81 anos, e sua mulher, Hou Guiying, não têm telefone e sequer sabem onde elas estão morando; as filhas fazem poucas visitas e a ajuda financeira é ainda mais rara. Continuam vivendo de um pequeno pedaço de terra.
- Se ele não plantar, não teremos o que comer - contou Hou, de 71 anos. - Quando acaba o dinheiro para as despesas médicas, simplesmente paramos de nos tratar.
Décadas de turbulência social - do comunismo radical para o capitalismo galopante - abalaram os antes estreitos laços das famílias chinesas. Dezenas de milhões de idosos estão sendo deixados para trás, sofrendo com pobreza, doenças e depressão. O problema é tão grave que o governo sancionou uma lei que permite aos pais processar os filhos que não os ajudem.
- Os idosos do campo não têm poder ou propriedades para comprar o respeito dos filhos - disse Zhao Yaohui, da Universidade de Pequim, coautor de um estudo sobre os problemas dos mais velhos na China.

Meio bilhão de idosos em 2043
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foto Google



Comentário:
Será que esta notícia não pode ser transportada para a realidade brasileira?
Mais ainda, será que no Brasil ocorre somente na zona rural? Um alerta para quem cuida, quem recebe o cuidado e para quem cuida de quem cuida. Aliás, quem é que cuida de quem cuida? Anelise Fonseca

um alerta

"Um alerta não apenas aos idosos, mas para aqueles que gostam de presentear pessoas queridas. Na compra de um calçado para um idoso, observar características que possam contribuir para um evento que poderá ser fatal. A fratura de fêmur e de quadril que poderá advir da queda poderá ter relação direta com tempo de internação prolongado e mortalidade." Anelise Fonseca

Sapato inadequado aumenta risco de queda em idosos

Do UOL, em São Paulo 17/09/2013

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, maior complexo hospitalar da América Latina, alerta para o perigo do uso de calçados inadequados por idosos.

O uso de chinelos, andar descalço ou com meias contribuem diretamente para as quedas em pessoas com idade mais avançada. Segundo o ortopedista do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do HC Marcos Hideyo Sakaki, o idoso, naturalmente, tem pés com deformidades e isso o leva a usar calçados mais confortáveis, elevando a chance de cair.

Investimento em cuidado com idosos precisa triplicar até 2050, diz estudo

O número de pessoas idosas que precisam de cuidados no mundo todo deve praticamente triplicar em 2050, segundo um estudo divulgado pela organização Alzheimer Disease International.

O número de pessoas nessa situação saltará de 101 milhões para 277 milhões até lá, parte delas também sofrendo demência. Tanto que o relatório reforça o alerta para uma "epidemia global de Alzheimer". continua


Mais uma sinalização da necessidade que toda sociedade tem de se preparar para cuidar dos idosos. A epidemiologia e os estudos demográficos mostram há anos esta importancia. As organizações internacionais que guias as politicas públicas também sinalizam. Percebe-se um amadurecimento da sociedade brasileira, mas ainda há um caminho longo a ser perseguido. Anelise Fonseca

evento: Congresso de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro

Fatima Geovanini e Anelise Fonseca participarão do Congresso de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro que acontecerá entre os dias 30 de outubro a 2 de novembro. Evento de extrema importância para a geriatria e gerontologia do Rio de Janeiro, estaremos no curso pré-congresso sobre Cuidados Paliativos nas mesas de comunicação, terapia intensiva e serviços de saúde. Anelise Fonseca também participará da mesa sobre auto-cuidado e gerenciamento de saúde, tema de seu doutorado. Todos serão bem-vindos para um evento organizado com muito cuidado nos detalhes em relação ao tema do congresso. Participantes internacionais expoentes também confirmaram a presença. Evento imperdível para todos os envolvidos com a geriatria e gerontologia. 


aconteceu

Estivemos em setembro na semana da psicologia do Hospital Cardoso Fontes cujo tema deste ano foi "O luto no Hospital". Participamos com as palestras sobre o luto no adulto e na velhice. Abordamos também o luto do profissional de saúde e o retorno foi muito positivo, uma vez que é um assunto de delicada abordagem. Com um publico "casa-cheia" o sucesso do evento foi marcado pela participação de cerca de 150 pessoas no auditório. 



uma crônica de Manoel Carlos

Belíssima crônica de Manoel Carlos sobre a Morte: "Nomes".  

Uma vez, num belo início de verão, o céu muito azul, fui ao enterro de um velho garçom do Bar Progresso, na São Paulo dos anos 60. Naquele dia, logo ao levantar, fui avisado pelo meu amigo Hélio, por telefone, do fim do nosso bom e paciente amigo. Combinamos de ir ao enterro naquela mesma tarde, como um gesto de carinho ao homem que aturava nossos excessos há muitos anos. No cemitério, depois dos cumprimentos à viúva, filhos e netos, caminhamos entre os túmulos, lendo alguns nomes e epitáfios, e vendo as fotos, descoloridas pelo tempo, de pessoas que ali jaziam.

Aproveitando o cenário, falamos sobre a morte, não de maneira mórbida, mas com naturalidade. De volta para casa, continuei pensando nela, na “dama branca” de Manuel Bandeira, lembrando que a minha mãe, quando alguém morria, dizia: “Foi para Deus”. Não necessariamente diante da morte de um parente, um amigo, um vizinho, mas de uma pessoa qualquer: “Foi para Deus”. Não me lembro de ter ouvido de mais ninguém essa expressão tão carregada de religiosidade. Como já devo ter contado nesta última página da Vejinha, minha mãe não pronunciava as palavras “desgraçado” e “maldito”. Dizia ter medo delas e nos censurava — a mim e aos meus irmãos — se as usássemos. Outra palavra da qual ela não gostava era “azar”, que substituía por “falta de sorte”. E obviamente, como todo mundo, não falava câncer, mas “aquela doença”.

Quanta delicadeza!
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Vale a pena para refletir  sobre a dificuldade, ainda presente nos dias de hoje, de se pronunciar determinados significantes que fazem referência à morte. Fatima Geovanini



Dica de Livro

Sonhe mais - Reconstruindo a vida após a perda
Jai Pausch - Ed. Novo Conceito

Este livro foi escrito pela viúva de Randy Pausch, o grande autor de A Lição Final. Para quem não se lembra, Randy foi um renomado professor universitário que, ao se descobrir com um avançado câncer de pâncreas aos 46 anos, com três filhos pequenos, se defronta com sua finitude e resolve dar uma palestra, a qual deu o nome de A Lição final, para toda a comunidade acadêmica americana, falando abertamente de sua doença e deixando a todos suas lições de vida. O sucesso foi tamanho que logo depois houve a publicação de seu livro.

Jai em seu livro dá um belíssimo depoimento, não apenas das dificuldades enfrentadas como cuidadora do marido e mãe de crianças tão pequenas, mas nos fala também de sua forma de elaborar a perda vivida. Jai se tornou uma ativista em prol de pesquisas para o câncer de pâncreas, não esquecendo sua luta em prol da continuidade de sua vida e de sua familia. 

Como sempre observamos com nossos pacientes podemos também observar em Jai que o primeiro ano de luto é, sem dúvida, o mais difícil. No entanto também observamos que, quando o enlutado mantém uma conduta de enfrentamento desse luto, elaborando suas perdas e buscando novas significações para a vida, o trabalho árduo de enlutamento começa a ser concluido. Nesse caso, resta para sempre a lembrança, o afeto e toda a história que construiram e viveram juntos. Fatima Geovanini


longevidade japonesa

Japão atingiu recorde de 54 mil idosos com 100 anos

Ministério da Saúde diz que o total de centenários no país chega a 54.397.
São 47.600 mulheres e 6.800 homens com 100 anos ou mais.

"O envelhecimento da população é um dos grandes problemas para o futuro do país, já que se estima que cerca de 40% de seus cidadãos terão mais de 65 anos até o ano de 2060".

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Comentário

Diante de uma expectativa média de vida de 80 anos , o Japão mostra-se preocupado pois os números crescem a cada ano. Mas será que o envelhecimento da população deve ser encarado somente como um dos grandes problemas para o futuro do país? Será que não há oportunidades? Sabe-se que lá a estimativa é de 40% das pessoas com mais de 65 anos até o ano de 2060. Será que não é tempo o suficiente para uma organização politico-econômica? O Japão é um exemplo de como valorizar os idosos e organizar sua sociedade, essencialmente diante de crises e destruição. A impressão é que conseguirão vencer suas dificuldades. Porém e a nossa sociedade? Como nós ficamos? Anelise Fonseca
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exemplar

Qual é o limite do ser humano? Sua idade? sua mente? seu corpo? Que esta jovem senhora seja inspiração para todos nós


Um dia depois de ter concluído um projeto que havia sido iniciado em 1978, a norte-americana Diana Nyad, 64, já começou a fazer novos planos. Após ter percorrido a nado os 166 quilômetros que separam Havana e a Flórida, ela pretende passar 48 horas seguidas nadando em uma piscina.

"Quando você está bem e está nadando, vai cantando canções de Neil Young. O tempo simplesmente passa"Diana 

um vencedor

Politicas a parte, neste fragmento de reportagem, o que nos interessa é o grau de autonomia e independência que o paciente pode ter, até em seus momentos mais difíceis. Um exemplo de Cuidados Paliativos na sua essência - Ajudar ao paciente manter sua dignidade, sua qualidade de vida da maneira que ele quer. Anelise Fonseca
Luiz Gushiken, ex-ministro da Comunicação de Lula, chamou amigos para visitá-lo no hospital Sírio-Libanês. Internado em estado grave por causa de um câncer, mas lúcido, ele próprio ministrava as doses de morfina para controlar a dor e decidia quando ficava acordado para conversar com os antigos companheiros. (Fonte: site uol)
Ele faleceu em 13/09/2013, aos 63 anos.
Bancário, Gushiken foi fundador e dirigente do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Exerceu a coordenação de campanhas presidenciais de Lula e, no ano passado, foi absolvido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por falta de provas, da acusação de crime de peculato no julgamento do mensalão

um mito

"duas reportagem, duas homenagens, uma lição de vida: Tonia Carrero" 

Prestes a fazer 91 anos, Tônia Carrero está lúcida, mas quase não fala e vive reclusa

"Ela está lúcida e bem-humorada, embora, por ter dificuldades de andar, quase não ande; e, por ter dificuldades de falar, quase não fale", relata Cecil Thiré, 71, filho único da atriz, a Eliane Trindade. Justificativa para o ator não permitir à repórter entrevistar a mãe nem fotografá-la.


Quando vi a fila de seis idosas em cadeiras de rodas numa praça do Leblon, à luz do sol de inverno, com acompanhantes, passei direto – mas voltei para registrar a imagem terna com meu celular. Pareciam amigas. Unidas pelos anos e limites físicos, fofocavam coisas da vida, dos netos e bisnetos. Não desconfiei que a da ponta, elegante, com óculos escuros de aro branco, colar, camisa branca, calça estampada e chapéu de aba frondosa sobre os cabelos louros curtos fosse uma de nossas maiores divas do teatro e cinema, talvez a mais bela: Tônia Carrero, que acaba de fazer 91 anos. 

Um exemplo de longevidade produtiva.


6.set.2013 - A atriz Betty White, de 91 anos, vai integrar a edição 2014 do Livro dos Recordes Guinness por ser a mulher com a "carreira mais longa na TV na área de entretenimento", com 74 anos de trabalho. Ela iniciou sua carreira em 1939 e participou de alguns seriados populares nos EUA, como "The Golden Girls" (exibido no Brasil com o nome de "As Super Gatas"), "The Mary Tyler Moore Show" e "The Carol Burnett Show" 

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

descontraindo o mau humor

Congestionamento Geriátrico



Celebridade dá autógrafos

 

o assunto 'Morte' pode nos fazer sorrir

O comediante Paulo  Gustavo na pele de Dona Hermínia:

com humor, ele/ela nos faz refletir que as lembranças influenciam nossas futuras decisões


 

o humor a serviço da saúde


Dona Herminia* é fã do Doutor Drauzio Varella



* personagem do ator Paulo Gustavo

comentário

"a ciência prescrevendo nossas vidas"  - como o humor pode contribuir para esclarecer o valor da prescrição e despertar nossa capacidade de criticá-lo. Anelise Fonseca

laços e enlaces

Este filme de curta metragem encanta por discutir o que realmente importa: Laços. 

a despedida de Mandela

Nelson Mandela saiu do hospital, mas continua em estado crítico



a Notícia

comentário

"Mandela tem alta mas seus médicos afirmam que em sua casa ele terá os mesmos cuidados do que no hospital. 
Várias questões merecem atenção e, dentre elas,  quais serão as medidas realizadas em casa? 
Desde uma mini UTI até uma enfermaria podem ser instaladas em casa e, provavelmente, a atenção paliativa foi o caminho escolhido por seus médicos com a concordância dos familiares. 
Ou será que foram os familiares que "convenceram" os médicos  a adotar tal conduta? 
Isto não vem ao caso, importa o fato da opção pelo atendimento em casa para que Mandela possa estar em seu ambiente. 
Tal decisão é louvável, tratando-se de uma pessoa que possui as condições necessárias para ser tratado em casa.  
Diante de um quadro de irreversibilidade da doença, quando o paciente se encontra em um estado de saúde cuja dependência e ausência de autonomia são marcantes, a discussão a respeito dos cuidados a oferecer ao paciente e sua família é de fundamental importância, principalmente sobre onde e como serão realizados. 
É possível que após diálogo e entendimento, a família perceba que o melhor para este herói da humanidade do séc XX e XXI é a sua permanência em casa, com suas lembranças, com carinho, junto com aqueles que lhe querem bem. 
Mesmo no hospital, com toda a qualidade de recursos disponíveis, talvez não se encontre o que mais nós desejamos nos momentos de fragilidade e debilidade: o aconchego do nosso lar
Na verdade, não há um melhor momento para morrer, porém o mais desejável é que o paciente, junto de seus familiares sinta-se confortável, atendido em suas necessidades e se despeça da vida com  tranquilidade". Anelise Fonseca