sexta-feira, 30 de agosto de 2013

esperar sem desesperar


Enquanto o seu ônibus não vem

Esto es una parada de buses en Montreal, Canadá
Programa Ciudades Sustentables (Facebook)

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

nem a Morte os separa

Juntos há 65 anos, casal dos EUA morre no mesmo dia, com 11h de diferença


Harold e Ruth Knapke se casaram no dia 20 de agosto de 1947, na cidade de Saint Henry, no Estado de Ohio (EUA). Pouco antes de completar 66 anos de casamento, os dois morreram em uma casa de repouso, com uma diferença de 11 horas. Parentes de Harold e Ruth contaram que o fim de sua história de amor refletia a devoção entre os dois durante os 65 anos em que ficaram casados. Leia em UOL


Foto: AP/Família Knapke 


"Esta é uma história para emocionar qualquer pessoa, imagine seu impacto para os familiares e os profissionais que trabalham nesta casa de repouso?
Provavelmente, é um belo fechamento para um ciclo de vida que permanecerá como exemplo nas mentes, corações e sonhos daqueles que tiveram a oportunidade de compartilhar diferentes momentos deste casal". Anelise Fonseca




















drones* e drones

Drones são usados em projeto para salvar vítimas de ataque cardíaco

O atendimento a pessoas que sofrerem ataques cardíacos pode se tornar bem mais rápido em breve. Um grupo sem fins lucrativos da Alemanha criou um projeto chamado de "Delfikopter", que utiliza drones com desfibriladores acoplados para respoderem a chamadas de emergência feitas por um aplicativo de smartphones. Thiago Barros
leia em techtudo.com.br - 26/08/2013 

Imagem: Projeto conceitual enfrenta limitações com utilização de Drones na Alemanha (Foto: Reprodução/The Verge)

Comentário:
Mais um exemplo de possibilidades para saúde que vem da guerra. O tema merece muita discussão, mas em "um mundo estilhaçado", quem sabe este artefato não seria mais um "estilhaço" a ser analisado e posteriormente considerado? Anelise Fonseca 



* o que é um Drone
Um Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) ou Veículo Aéreo Remotamente Pilotado (VARP), também chamado UAV (do inglês Unmanned Aerial Vehicle) e mais conhecido como drone (zangão, em inglês), é todo e qualquer tipo de aeronave que não necessita de pilotos embarcados para ser guiada. Esses aviões são controlados a distância por meios eletrônicos e computacionais, sob a supervisão e governo humanos, ou sem a sua intervenção, por meio de Controladores Lógicos Programáveis (CLP). wikipedia





amigo é pra se guardar ... canta o Milton

Garota de 10 anos corta cabelo pela 1ª vez para doar a amiga com câncer


foto G1
Doadora é filha de artistas de circo e deu presente para despedir da colega. Encontro ocorreu em Campinas, onde Bruna faz tratamento contra a doença.
Do G1 Campinas e Região, em 26/08/2013 


"Como se define a solidariedade? 
Em uma situação critica, recheada com uma doce atitude inimaginável, esta reportagem carrega uma imensa oportunidade de reflexão! Alguns dirão que se trata de crianças, outros diriam que apenas serem humanos diferenciados seriam capazes de atos como este, porém, mais do que análises e explicações, o que observamos nesta matéria é a grandeza de um ato espontâneo. 
Conclui-se que a atitude da amiga vai além de um ato bondade, pode-se afirmar que se trata de uma atitude bastannte adequada ao rol dos cuidados paliativos. Que este exemplo possa se replicar!" 
Anelise Fonseca



segunda-feira, 26 de agosto de 2013

uma pílula de sabedoria

>> Planeta da Música <<

anote na agenda


Estaremos na  Jornada de Psicologia do Hospital Cardoso Fontes, cujo tema deste ano é a questão do luto e das perdas no contexto hospitalar; participaremos de uma Mesa Redonda falando sobre o luto nas diferentes etapas da vida.

Será no dia 4 de setembro, às 9 horas, no Auditório do Hospital Cardoso Fontes, Jacarepaguá;  Rio de Janeiro


domingo, 25 de agosto de 2013

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

ler e libertar-se

LIVROS AJUDAM PRESOS A TRANSFORMAREM-SE
Pesquisa realizada em presídios atesta a função da literatura como instrumento de transformação.
Nas penitenciárias femininas uma grata surpresa: leem mais e buscam também a leitura de livros infantis. As detentas veem na literatura infantil uma possibilidade de aproximação dos seus filhos.
Uma grande lição para todos nós! Nada se compara à companhia de um bom livro.  Fatima Geovanini

CORREIO BRAZILIENSE
BRASÍLIA, DF, 6 DE AGOSTO DE 2013
DIVERSãO & ARTE
Palavras que libertam
A ligação é forte: enquanto a cadeia é mote e cenário de diversos clássicos da literatura, os livros ajudam presos a transformarem-se. O Correio traz alguns exemplos

VANESSA AQUINO
A falta de liberdade e as perspectivas de como lidar com ela quando enfim chegar é uma das questões que mobilizam as reflexões de quem está em cárcere. Quando se viu preso, aos 21 anos, na Penitenciária do Distrito Federal 1 (Papuda), a agressividade de João da Silva* era o principal impedimento para o bom relacionamento com os companheiros. No entanto, ao ter acesso a livros, as transformações começaram a acontecer, sobretudo no que diz respeito ao significado de estar livre. “Às vezes, a liberdade é um conceito relativo. Quando se está lá fora, você pode sentir-se preso ao vício e ao crime. Aqui, com a leitura, eu tive mais sensação de liberdade”, disse o detento à mestre em Teoria Literária e Literatura pela Universidade de Brasília (UnB) Maria Luzineide Rodrigues, que o incentivou a ler. A leitura pode mudar o significado do mundo de quem o vê por trás das grades e instigar internos a produzir literatura, já que as memórias e vivências no confinamento podem construir cenários de narrativas consistentes, como fez Graciliano Ramos, em Memórias do Cárcere; Fiodor Dostoiévski, em Recordações da Casa dos Mortos; e, mais recentemente, Luiz Alberto Mendes, em três relatos dos 30 anos em que esteve preso: Às Cegas e Memórias de um Sobrevivente e Cela Forte.
A professora Maria Luzineide Ribeiro é autora de uma pesquisa que mostra como é o mundo no Complexo Penitenciário do Distrito Federal, a partir da leitura. “Fiz um levantamento da formação desse leitor, do comportamento dele no cárcere, de que maneira a leitura era realizada, como era o acesso e quais eram os livros mais lidos”, explica. Na Papuda, a professora observou que os livros de autoajuda e com temática religiosa — como Ágape, do Padre Marcelo Rossi — eram os mais lidos, no primeiro contato dos presos com a leitura na cadeia. Depois, a literatura internacional, especialmente obras de sagas fantásticas, como Senhor dos Anéis e Harry Potter, acabam sendo os mais procurados.
No início da detenção, o maior impedimento para a leitura é o processo de adaptação, segundo a pesquisadora. “Quando eu perguntava para o preso porque que ele não lia, a resposta era a dificuldade de adaptação. Tinha o fator psicológico de estar na prisão. Depois, quando eles começam a ler, explicam que a leitura é uma forma de manter-se distante daquela realidade, de estar em contato com o mundo e também uma maneira de ficar distante dos problemas. Uma espécie de fuga, mas acho, ainda, que é uma tentativa de afastar-se daquele mundo de marginalidade.”
A pesquisa de Maria Luzineide se estendeu à Penitenciária Feminina do Distrito Federal. Lá, ela encontrou uma realidade diferente e um número maior de leitoras. O motivo, segundo ela, é o acesso facilitado aos livros. “Elas têm uma biblioteca no pátio e podem ter contato com as publicações, todos os dias, durante o banho de sol”, diz a professora que constatou que a preferência das detentas é pela literatura infantil e infanto-juvenil. “Talvez por aproximá-las dos filhos, porque muitas reclamam desse laço que é rompido. É um resgate da memória, da lembrança dos filhos.”
Relatos do cárcere
Muitos presos sentem necessidade de mostrar ao mundo a realidade de uma vida privada de liberdade. Um dos momentos mais difíceis do escritor russo Fiódor Dostoiévski, por exemplo, foi vivido enquanto esteve preso na Sibéria. O autor foi condenado a prisão e a trabalhos forçados por debater ideias revolucionárias; escreveu, então, Recordações da Casa dos Mortos, um relato documental sobre as agruras do confinamento.
O brasileiro Graciliano Ramos também teve a liberdade suprimida após uma caça a comunistas durante o Estado Novo. No período, Graciliano ainda não era comunista e sua prisão nem chegou a ter processo. Em Memórias do Cárcere, o escritor alagoano relata o sofrimento da clausura e das torturas, detalhes sobre os conflitos e características de outros presos.
O exemplo mais recente é o do paulistano Luiz Alberto Mendes, autor de Às Cegas, Cela Forte e Memórias de um Sobrevivente, que passou boa parte da vida em reformatórios e penitenciárias do estado de São Paulo. “Inaugurei muita penitenciária”, brinca. Autodidata, tornou-se escritor dentro do cárcere e foi estimulado pelas leituras que fazia. “O interesse por literatura começou na cela-forte, quando um amigo começou a falar de livros e contar as histórias que havia lido neles. Escrever tornou-se mais um motivo para viver, aquele que talvez estivesse me faltando.”

Recordações da Casa dos Mortos
De Fiódor Dostoiévski. Tradução de Nicolau S. Peticov. Nova Alexandria, 324 páginas. R$ 68
Trecho:
“Eu, finalmente, tive que me conformar com minha situação no presídio. Na verdade, foi-me preciso um ano para isso e aquele ano foi o mais difícil da minha vida. Todo ele gravou-se profundamente na minha memória. Eu acredito que me lembro de cada hora daquele ano até os menores detalhes.”

Memórias do Cárcere
De Graciliano Ramos. Record, 728 páginas. R$ 67,90.
Trecho:
“A minha vida anterior se diluía, perdia-se além daquele imenso espaço de vinte e quatro horas. Um muro a separar-me dela, a altear-se, a engrossar, e para cá do muro — nuvens, incongruências. Entre esses farrapos de realidade e sonho, era doloroso pensar numa inteira despersonalização. (...) As imagens misturadas aos móveis sumiram-se completamente.”

Às cegas
De Luiz Alberto Mendes. Companhia das Letras, 360 páginas. R$ 54.
Trecho:
“Só saía da cela para ir ao campo de futebol dar uma arejada uma vez por semana. Estudava através dos cursos do Instituto Universal Brasileiro. Não sei qual foi o pensador que afirmou que os cegos ajudariam aos cegos, e os aleijados, aos aleijados. Ali, ninguém sabia muito, muito menos tudo. Mas sabíamos alguma coisa e aprendíamos uns com os outros.”

Memórias de um Sobrevivente
De Luiz Alberto Mendes. Companhia das Letras, 424 páginas. R$ 29.
Trecho:
“Foi para comer a garotada ali, comprar cigarro, doce, linha, folha de seda, pião, bolinha, figurinha, essas necessidades de todo garoto naquela época, que comecei a roubar. E roubava da carteira de minha mãe e quase todo dia do bolso de meu pai. Ele desmaiava bêbado. Ajudava a despi-lo, mas cobrava minha parte.”

Saiba mais


terça-feira, 20 de agosto de 2013

acidentes domiciliares em idosos

Uma colaboração da Terapeuta Ocupacional HELENA LEDERMAN-RAWET

Estratégias para prevenir acidentes domiciliares em idosos

Durante o processo do envelhecimento, ocorrem gradativamente alterações que modificam progressivamente o funcionamento dos órgãos do corpo o que pode diminuir as habilidades e a capacidade dos idosos de lidar com os perigos do ambiente, colocando-os em risco de acidente. Uma das funções do terapeuta ocupacional é realizar intervenções e adaptações ambientais que beneficiarão o idoso de forma a compensar suas perdas funcionais planejando o ambiente e visando maximizar o desempenho do mesmo. Essas intervenções também tem o objetivo auxiliar a prevenção de acidentes e consequentemente evitar quedas. 

Entre outras medidas convém:

Usar calçados de boa aderência, que mantenham os pés estáveis, e que sejam confortáveis. Os calçados devem ser fáceis de calçar, portanto, evitar aqueles que necessitem de amarrar, afivelar ou abotoar, dando preferência àqueles que possuem velcro.  O uso de chinelos é desaconselhável, mesmo dentro de casa, pois pode o idoso pode tropeçar.

                                                     
Retirar os tapetes ou colocar debaixo deles material antiderrapante fixando bem suas bordas com fita dupla face para que não se dobrem o que pode causar tropeços. 
Tapete bem fixo ao chão com antiderrapante.    

              Comportamento de risco            

Evitar comportamento de risco, como subir em cadeiras pegar objetos em lugares altos. Prefira colocar os utensílios que usa com mais frequência em local baixo e de fácil acesso.   



O objetivo principal das intervenções ambientais é estimular a autonomia e independência, no maior número de atividades possíveis, garantindo conforto, integridade e segurança e consequentemente proporcionar melhor autoestima e qualidade de vida da pessoa idosa, de acordo com as suas possibilidades.






sobre Memória & Funções Cognitivas

A página online UOL NOTÍCIAS SAÚDE, de 13/08 traz reportagem sobre a iniciativa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo de alertar a população sobre problemas que afetam a memória e outras funções cognitivas. A matéria inclui, ainda, dicas COMO MELHORAR SUA MEMÓRIA.

"O AME (Ambulatório Médico de Especialidades) "Psiquiatria", unidade da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo localizado na zona norte da capital paulista, decidiu alertar a população sobre como prevenir e detectar indícios de problemas relacionados à memória e outras funções cognitivas, conhecida como Comprometimento Cognitivo Leve (CCL). A ansiedade, a depressão e até mesmo o uso contínuo de medicamentos para dormir podem gerar o problema. continue lendo


(aslinguagensdoaprender.blogspot.com)

A página tem, também, um link para "Alimentação correta ajuda a preservar a memória e o aprendizado", em sequência de fotos. confira


sobre Doença de Alzheimer

alguns mitos verdades e mentiras

A página online UOL NOTÍCIAS SAÚDE, com o título "Novo estudo alimenta debate sobre vínculo entre cobre e Alzheimer" inclui outros dois temas interessantes na matéria, com uma sequência de fotos

(www.corposaun.com)
1 - Casos de Alzheimer têm crescido pelo mundo; saiba alguns mitos e verdades 


2 - Dicas de especialista para prevenir o Alzheimer 




sábado, 17 de agosto de 2013

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

uma colaboração bem-vinda

DISFAGIA e DOENÇA de ALZHEIMER

Várias mudanças fisiológicas associadas ao envelhecimento podem descompensar o mecanismo da deglutição, principalmente nos pacientes portadores de Doença de Alzheimer, pelo comprometimento cognitivo.
O rebaixamento cognitivo em diversos graus altera hábitos de alimentação, causando muitas vezes dificuldades nas refeições devido à falta de motivação e compreensão. O ato de deglutição é na verdade uma resultante de um complexo mecanismo neuromotor, cuja absoluta coordenação em cada e entre suas fases resultará no efetivo transporte do alimento até o estômago.
É de suma importância, contribuir para que o portador de Doença de Alzheimer se alimente por via oral com segurança, adequando assim às condições necessárias nutricionais e de hidratação e minimizando o risco de aspiração de alimentos, saliva e secreções para a árvore traqueobrônquica.
O maior prejuízo nos pacientes portadores de Doença de Alzheimer está relacionado ao rebaixamento cognitivo, e este trazendo consequência muitas vezes no processo de deglutição. Quanto à função alimentar, o prejuízo neuromuscular existe, mas não significativo.
Uma deglutição eficiente permite uma melhor qualidade de vida.
É na vivencia e na prática com familiares, através de suas queixas e medos, que nós profissionais pensamos de uma maneira integrativa e global sobre disfagia no ambiente familiar, pois exige harmonia e compreensão.
A disfagia não é uma doença, mas um sintoma que existe numa doença em curso.


Texto da fonoaudióloga Elaine Balassiano, sobre disfagia na doença de Alzheimer e que integra sua monografia de Especialização em Psicogeriatria, adaptação para a publicação no blog.



segunda-feira, 12 de agosto de 2013

os fortes não fogem à luta ...

Alzheimer faz Eder Jofre reencontrar sua paixão pela pintura
 Maurício Dehò
 Do UOL, em São Paulo
10/08/20130




Eder Jofre fez fama com os punhos: diretos, cruzados e seu infalível gancho de esquerda levaram muitos à lona. Mas o peso da mão para boxear também sempre foi acompanhado por uma paradoxal leveza para desenhar. E a paixão pela arte voltou para o bicampeão mundial de boxe, com o tratamento para tentar retardar os efeitos do mal de Alzheimer. É que desenhar e pintar estão entre as atividades recomendadas pelos médicos.
 
continue lendo

 
"assim como o ultracampeao mohammed ali, nosso eder jofre. Que ele continue sendo o exemplo do passado agora no presente e no futuro. Uma alternativa positiva para o enfrentamento de uma doença que acomete toda a família.  Que ele possa ser acompanhado em todos os seus momentos com a mesma dignidade e respeito que sempre teve com nosso país." Anelise Fonseca

domingo, 11 de agosto de 2013

metáfora para um pai

UM SEGREDO

Fernando Namora* 

Meu pai tinha sandálias de vento 
só agora o sei. 
Tinha sandálias de vento 
e isto nem sequer é uma maneira de dizer 
andava por longe os olhos fugidos a expressão em                                                 
[nenhures 
com as miraculosas instantaneidades que nos fazem                                            
[estar em todos os sítios.  

Andava por longe meu pai sonhando errando vadiando 
mas toda a sua ausência era 
o malogro de o ser 
só agora o sei. 
Andava por longe ou sentíamo-lo longe vem
dar no mesmo e no entanto víamo-lo sempre 
ali plantado de imobilidade absorta 
no cepo de carvalho raiado de negro 
a que o caruncho comera o miolo 
como as lagartas esvaziam as maçãs 
estranhamente quieto murcho resignado 
no seu estranho vadiar 
os olhos aguados numa tristeza que hoje me dói 
como um apelo perdido uma coragem abortada. 
Ausência era tão de mágoa urdida tão de fracasso                                                
[tingida 
ausência era altiva e desolada altiva e triste sobretudo triste 
tristeza sim tristeza solene e irremediada 
só agora o sei. 

Às vezes parecia-me uma águia que atravessa os ares 
sulco azul 
que nada distingue do azul onde foi sulcado 
e por isso nem é águia nem ao menos 
o que do seu voo resta para que 
o sonho se faça real. 
Meu pai era um homem com as nostalgias 
do que nunca acontecera e isso minava-o víscera a                                              
[víscera 
como as tais lagartas esfarelam as maçãs 
e então sei-o agora calçava as ágeis sandálias 
miraculosamente leves soltas imaginosas 
indo de acaso em acaso de astro em astro 
eram de vento as suas sandálias fabulosas 
levando-o aonde mais ninguém poderia chegar. 

Os outros não o sabiam nem eu o sabia 
só o víamos sentado no cepo velho 
raiado de negro como uma estrela fossilizada 
por isso tudo era para ele mais irremediável e triste 
sei-o agora tarde de mais 
tarde de mais é uma dor de remorso 
que me consome víscera a víscera 
como as tais lagartas esfarelam as maçãs. 
Mas de qualquer maneira existe um segredo 
de que ambos partilhamos 
ciosamente avaramente indecifradamente 
como os astutos conspiradores 
que fazem do seu segredo 
um mágico tesouro inviolado. 

Um segredo simples: 
o que sentiste pai 
sinto-o eu agora por ambos 
sinto-o por ti 
sinto-o por mim.  
Ainda que por ele devorados.  

*poeta português
(fonte: página citador.pt/poemas)
* * * 

nota: este pai foi devorado pela  Doença de Alzheimer 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

remédio para estresse, depressão e tédio

esta Música

André George Louis Onslow (27 July 1784 – 3 October 1853) 
was an Anglo-French composer. He was widely recognised as a gifted composer during his lifetime but is virtually forgotten today". wikipédia







Injustamente ignorado

uma viagem musical encantadora



George Onslow (1784-1853) - Nonet in A minor, Op. 77 (1848)

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

um pouco de Cora

"Não posso dizer que tenha sido uma surpresa, mas foi um susto: fiz, ontem, 60 anos. Não lido bem com datas redondas, e essa, então, me parece singularmente emblemática. Os amigos que já passaram por isso garantem que não é nada, que não dói e que tem até vantagens, como fila especial no banco, meia entrada no cinema e no teatro e passagem grátis no ônibus; mas só de saber delas sinto vontade de sair correndo de volta para os 59, que até a semana passada me pareciam muitos, mas hoje parecem tão poucos e bons. Mais um pouco e alguém vai me recomendar hidroginástica e dança de salão".



Imperdível essa crônica da Cora Rónai: 60 anos: já?!

Para refletirmos sobre a rapidez com que o tempo passa e o  envelhecer quase que no susto!
Fatima Geovanini

sugestão de leitura

Espaço de Memórias – O Envelhecer, a Finitude, as Conquistas
Autor: Helena Maria Rizzon Mariani
Ed. Educs – Universidade de Caxias do Sul, 2010

Este é um livro que se dedica as memórias e à transmissão de experiências. A autora, psicóloga e graduada em filosofia, realiza 23 entrevistas em torno do tema do envelhecimento. Os entrevistados tem uma característica em comum: a carreira universitária. Os depoimentos dos 23 professores percorrem diferentes abordagens, como a própria autora relata, “(eles) expressam como percebem o passado, o sabor da vida no mundo atual, a eternidade e a morte, a dor no processo do envelhecimento, a finitude e os limites do envelhecer; também as conquistas de estar no mundo (...), os desafios enfrentados no convívio com as novas tecnologias na comunicação e como respondem às demandas sociais e à aposentadoria (...)”


Mais uma aquisição que não pode faltar em nossa biblioteca.
Fatima Geovanini

... nunca é tarde

Idoso de 97 anos faz incríveis obras de arte usando apenas o Microsoft Paint
  Michael Hession 23 jul



“Antes de descobrir as ferramentas digitais, Lasko trabalhou como designer gráfico, projetista para o exército durante a Segunda Guerra Mundial, e tipógrafo. Agora, aposentado, ele se concentra em sua própria arte digital. Como Hal diz, “não é mais trabalho, é diversão”.



Tim tim ... saúde

Substâncias do vinho tinto podem barrar o Alzheimer

Substâncias presentes no vinho tinto têm o potencial de interromper um dos fatores responsáveis por desencadear a doença de Alzheimer, revelou um novo estudo da Universidade de Leeds, na Grã-Bretanha. A partir de testes feitos em laboratórios, os autores da pesquisa descobriram o resveratrol, presente no vinho, impedem que a proteína beta-amiloide, associada à doença, se ligue às células nervosas do cérebro e provoque a morte delas. Esses achados foram publicados nesta terça-feira no periódico The Journal of Biological Chemistry.



"o vinho, a bebida de Dioniso, além de prevenir a doença, segundo a pesquisa, dá um charme especial às reuniões com amigos ou família; basta ver o sorriso das pessoas ao brindarem o encontro. Beber com moderação é ainda mais charmoso". Daisy d'Eibar