terça-feira, 26 de novembro de 2013

Medicina paliativa

Medicina paliativa traz alívio a pacientes

 Fernanda Bassette
em São Paulo

"O movimento que difundiu os cuidados paliativos para pacientes com doenças avançadas e muitas vezes sem cura surgiu na Inglaterra em 1967, dentro da filosofia de evitar o prolongamento da vida com angústia. 

No Brasil, o primeiro relato desse tipo de acompanhamento é do Instituto Nacional de Câncer (Inca) de 1989 - 22 anos após o dos ingleses -, mas ainda de forma tímida e superficial.

Nos anos 2000, alguns centros brasileiros começaram a se estruturar e oferecer cuidados paliativos. Hoje, segundo a Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), são cerca de 65 serviços cadastrados, mas só 22 são reconhecidos com equipes minimamente estruturadas".


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Casa em SP terá cuidados paliativos gratuitos para crianças com câncer terminal 
CLÁUDIA COLLUCCI, DE SÃO PAULO

"Todos os anos, o câncer mata cerca de 2.700 crianças no Brasil. As chances de cura chegam a 80% nos melhores centros. Para os 20% que vão morrer, é preciso oferecer cuidados paliativos específicos.

A ideia é sejam atendidas no hospice* crianças sem chance de cura que não precisam mais estar dentro de um hospital, mas que também não têm condições de um melhor cuidado em casa.

hospice infantil, uma casa onde crianças com câncer incurável possam passar suas últimas semanas ou meses de vida com todo suporte médico de que precisam e ao lado da família.


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Marco Tullio Barcellos de Assis Fugueiredo (1925-2013) - O médico dedicado aos cuidados paliativos

"As pessoas ainda confundem nosso trabalho. Acham que cuidado paliativo é usar band-aid", disse Marco Tullio Figueiredo à Folha, em 2004.
Professor da Unifesp durante anos, o médico foi criador e chefe do Ambulatório de Cuidados Paliativos da instituição, assim como toda a sua equipe, era voluntário.
(...) Em 2002, o Hospital do Servidor Público Estadual de SP batizou a enfermaria de cuidados paliativos com seu nome. Morreu no dia 20/11 aos 87 anos".

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Cuidados paliativos garantem qualidade de vida e não simples "consolo"

Se as intervenções médicas, psicológicas, sociais e da equipe forem cada vez mais precoces, mais alívio trarão para o paciente e os familiares

"Antigamente, muitas pessoas entendiam que os cuidados paliativos só eram aplicáveis no final da vida como uma forma de “consolo” aos pacientes terminais, no entanto, segundo Ana Georgia*, há muito que se fazer. “Frente a um diagnóstico de uma doença que irá progredir, intervenções como tratamentos diversos e cirurgias devem ser aplicados, se não há esperança de cura, com o foco na manutenção da qualidade de vida e na prevenção e alívio dos sintomas. Se as intervenções médicas, psicológicas, sociais e de toda a equipe forem cada vez mais precoces, mais alívio trarão para o paciente e para os familiares. É uma forma mais digna e humana de cuidar”, salienta".

*psicóloga e fundadora da Associação Brasileira de Cuidados Paliativos (ABCP) Ana Georgia Cavalcanti de Melo

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Cuidados paliativos e a questão da Saúde pública

Em outubro, celebra-se o mês de cuidados paliativos, data criada pela associação inglesa Help the Hospices. Todos os anos, em aproximadamente 70 países, são realizadas atividades com o propósito de destacar a data, que incluem variadas campanhas públicas de sensibilização.
Torna-se cada vez mais importante conscientizar a população de que os cuidados paliativos são a chave para que o paciente em estágio terminal de uma doença tenha qualidade de vida melhor, assim como sua família.
No caso do câncer, apesar de a possibilidade de cura ser alta, é preciso levar em conta que, no decorrer do tratamento, a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia podem não ter mais indicação ou deixar de fazer efeito. Assim, muitos pacientes convivem com a doença fazendo controle dos sintomas físicos e tendo suporte nas questões psicossociais, por meio de abordagem especializada em cuidados paliativos.
Os centros ou serviços que prestam cuidados paliativos, quando conseguem aliar as necessidades de um hospital à hospitalidade, ambiência e a disponibilidade de tempo de uma casa, chamam-se hospices. Mais do que local específico, é um conceito e uma filosofia que preparam a família para receber paciente na fase final da doença. O objetivo é manter o paciente em casa, sem hospitalização, levá-lo para o contato com a família para dar mais qualidade à sua vida.
A Organização Nacional de Hospice e Cuidados Paliativos, dos Estados Unidos, estima que, em 2011, das 2,513 milhões de mortes no país, 1,059 milhão ocorreu em ambientes de hospice, o que equivale a 44,6% do total de mortes. É número considerável. A orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é de ter cuidados paliativos como estratégia de ação em sistemas nacionais de Saúde. continua ...

Do Diário do Grande ABC

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Cuidados Paliativos garantem maior qualidade de vida aos pacientes terminais


Equipe do Hospital Alberto Cavalcanti é responsável por cuidar dos doentes que não apresentam possibilidades terapêuticas de cura

Atualmente, um grupo de 30 pacientes do Hospital Alberto Cavalcanti recebe os cuidados paliativos

Iniciadas há exatos dois anos, as visitas domiciliares realizadas pela equipe de cuidados paliativos do Hospital Alberto Cavalcanti (HAC), da Rede Fhemig, são responsáveis por uma verdadeira mudança de paradigmas em relação aos resultados alcançados pela assistência aos doentes que não apresentam possibilidades terapêuticas de cura.
Este ano, a temática dos cuidados paliativos está na agenda do Ministério da Saúde. O órgão pretende estabelecer normas para que a prática alcance todos os níveis de governo integrando-os. Enquanto o assunto começa a ser discutido nacionalmente, o Hospital Alberto Cavalcanti já possui um programa estruturado e que produz resultados efetivos.
A atenção domiciliar aos pacientes em cuidados paliativos se justifica pela impossibilidade destas pessoas de se locomoverem até o hospital para receberem a assistência paliativa que são realizados por uma equipe multidisciplinar que tem como premissa não apressar, nem adiar a morte, mas afirmar a vida e encarar o morrer como um processo natural e não um fracasso técnico.

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