Antes de dar início ao projecto "About Dying" ("Sobre Morrer"), a fotógrafa dinamarquesa Cathrine Ertmann não sabia como iria reagir à primeira visão de um morto. Aos 31 anos nunca tinha visto um cadáver e questionava-se: sentir-se-ia assustada ou chocada? Veria uma imagem que nunca mais poderia esquecer ou retirar? "A morte está cheia de tabus", disse ao P3. "É estranho como tudo o que acontece após a morte fica escondido. Eu acredito que relacionarmo-nos com a morte, pensarmos sobre ela e aceitá-la nos pode tornar mais focados naquilo que realmente importa enquanto estamos vivos." Com esta série, Cathrine pretendia dar às pessoas "um vislumbre de um mundo que é muito triste, mas também muito bonito e natural." A fotógrafa mergulhou em profundidade no mundo da morte: visitou morgues, agências funerárias e os seus 'salões de estética", locais de culto e locais de luto, crematórios, cemitérios, etc. Nas morgues, o mais difícil foi ver chegar gente jovem e o contacto com corpos em estado avançado de decomposição — essas experiências incitavam pensamentos sobre a sua própria mortalidade e na daqueles que ama. "Lembro-me de sair da morgue, um dia, e olhar para as pessoas na rua, algumas a caminhar, algumas a correr e de me sentir deslumbrada ao ver como eram capazes de mexer os seus corpos, falar, rir, tudo!"
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