quarta-feira, 25 de março de 2015

palavras de um poeta mineiro


Aqui compartilho um bem. A carta de um amigo, na ocasião de minha formatura, que com muito carinho e respeito a tenho guardada. Acredito que mereça ser publicada. Uma obra que deve ser compartilhada. Com emoção, aqui a transcrevo na integra. Esteja bem aonde estiver. (Carta de Bartolomeu*, March 20, 2015)




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Belo Horizonte, 23 de novembro de 2009

Cristiano, amigo meu.

     Foi por meio de sua mãe, Aparecida, que lhe conheci. E você, por extensão, se fez também, antigo amigo meu. Hoje lhe escrevo em resposta ao seu convite para sua formatura em medicina. Num primeiro momento, lhe cumprimento pelo rigor que deve ter conduzido sua escolha. É que desconheço, entre homens e mulheres, aquele que não queira ficar mais tempo no mundo. Todos nós desejamos prolongar a vida. A partida para um lugar desconhecido nos amedronta. Todo desconhecido implica numa adaptação. E depois, a existência, com as tantas relações que travamos, nos encanta. O mundo é muito bonito. Há sempre um desejo de viver o futuro. Não é fácil conviver com a idéia de que viver é um processo de subtração. Viver um dia, é ter menos um dia.



* Bartolomeu Campos de Queirós
Nascido em 1944, viveu a infância em Papagaios (MG). Com mais de 40 livros publicados (alguns deles traduzidos para inglês, espanhol e dinamarquês), formou-se em educação e artes, e criou-se como humanista. Cursou o Instituto de Pedagogia em Paris e participou de importantes projetos de leitura no Brasil como o ProLer e o Biblioteca Nacional, dando conferências e seminários para professores de leitura e literatura. Foi presidente da Fundação Clóvis Salgado/ Palácio das Artes e membro do Conselho Estadual de Cultura, ambos em Minas Gerais, sendo também muito convidado para participar de júris e comissões de salões, além de curadorias e museografias. Faleceu em 16 de janeiro de 2012 em Belo Horizonte

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